A Operação Corona foi deflagrada em novembro de 2005 para combater uma quadrilha internacional de tráfico de mulheres. Após aliciadas, as vítimas inicialmente trabalhavam na boate Ilha da Fantasia e nos bares Forró Café e Caipifruta, localizados no bairro natalense de Ponta Negra. O esquema contava ainda com uma pousada acoplada à casa noturna e chegou a ter uma loja de roupas em um shopping da capital potiguar. Dentro da boate, os horários, as saídas e os valores dos programas eram rigidamente controlados por meio de um circuito interno de TV.
Após serem atraídas pelos primeiros ganhos, que incluíam o auxílio para a realização de procedimentos estéticos, as mulheres eram enviadas para casas de prostituição no exterior. Segundo os relatos das vítimas, elas tinham seus passaportes confiscados e eram coagidas ao pagamento de elevadas dívidas supostamente referentes às passagens aéreas e hospedagens, sendo ameaçadas de morte caso cogitassem fugir do controle da quadrilha. O embarque para fora do país utilizava documentos de trabalho indicando falsas profissões.
O principal destino das brasileiras aliciadas era a boate Giralda, em Sevilha, na Espanha. À época, o MPF identificou que o empresário italiano Giuseppe Ammirabile, líder do esquema, negociava replicar o modelo de franquia da Ilha da Fantasia em outras capitais brasileiras. O planejamento foi abortado pela operação.
Ao fim do processo, ele foi condenado a 56 anos, 9 meses e 21 dias de reclusão por tráfico internacional e interno de pessoas, delito de casa de prostituição, porte ilegal de armas, crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de capital e falsidade ideológica. Outras 13 pessoas, sendo oito brasileiros e cinco italianos, também foram consideradas culpadas pela Justiça Federal e tiveram de pagar multa superior a R$ 700 mil.
A operação foi batizada em referência ao grupo mafioso italiano Sacra Corona Unita, que era ligado ao bando. As investigações contaram com a ajuda da Interpol e de adidos policiais das embaixadas de Espanha e Itália.
https://www.conjur.com.br/2005-dez-15/testemunhas_operacao_corona_sao_ouvidas_nessa_quinta
https://brechando.com/2016/09/23/aqui-foi-a-ilha-da-fantasia-ponto-do-trafico-de-mulheres-no-rn/
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