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Juri dos 94 milhões da emergência

Em 10 de novembro de 1982, uma quadrilha roubou o montante de 94 milhões de cruzeiros, recurso público federal destinado ao pagamento de trabalhadores rurais inscritos no Plano de Emergência contra a Seca. O dinheiro estava sendo transportado na rodovia RN-117, entre os municípios de Caraúbas e Olho D´Água dos Borges.

Após o roubo, parte da quadrilha assassinou um dos integrantes e outras três pessoas que se encontravam com ele, inclusive um menino de apenas quatro anos de idade. Em 8 de junho de 1999, o Tribunal do Júri da Justiça Federal considerou "Chagas do Sabão" como coautor dos assassinatos.


MPF

 

O agricultor Francisco das Chagas Teixeira, preso pela Polícia Federal na última terça-feira (3) e integrante da quadrilha da família Carneiro que roubou 94 milhões de Cruzeiros (equivalente hoje a R$ 3,2 milhões) em 1982 na região Oeste do Rio Grande do Norte, estava foragido da Justiça desde 2012. Ele foi condenado em 1999 por participação na chacina de quatro pessoas, ligadas ao roubo, mas recorreu em liberdade até 2010, quando o processo transitou em julgado e ele foi sentenciado a 36 anos de prisão. Francisco também é conhecido como Chagas do Sabão.

Cedida
Polícia Federal foi quem efetuou a prisão na terça-feira do condenado foragido
Polícia Federal foi quem efetuou a prisão na terça-feira do condenado foragido

 

Localizado em Cobé, área rural de Vera Cruz, região metropolitana de Natal, Francisco foi preso aos 72 anos de idade e 37 anos depois do crime pelo qual foi condenado. Segundo as reportagens da TRIBUNA DO NORTE feitas à época do julgamento, ele teria colaborado com o roubo de 94 milhões de Cruzeiros destinados ao pagamento dos agricultores que faziam parte do plano de emergência contra seca em 1982, considerado o maior da história do Rio Grande do Norte e um dos maiores do país à época, e posteriormente teria participado também do assassinato de quatro pessoas como queima de arquivo. Uma criança esteva entre as vítimas da chacina.

A condenação de Francisco pelos dois crimes chegou a 62 anos e 6 meses, mas o crime do roubo foi prescrito e a pena foi reduzida para 36 anos. Além dele, outros três foram condenados por ambos crimes: Ismael Fernandes Siqueira, José Vantuil Carneiro e Luiz Benevides Carneiro.

O “roubo dos 94 milhões”, como ficou conhecido o caso, aconteceu entre os municípios de Caraúbas e Olho D'Água dos Borges e foi arquitetado pela quadrilha com participação de um gerente do Bandern, banco responsável pelo dinheiro. O dinheiro estava sendo transportado do aeroporto de Mossoró até o banco pelo então sub-gerente do Banco Econômico de Umarizal, acompanhado por um auxiliar e um vigilante, quando foi abordado por quatro homens dentro de um Corcel II azul. Os malotes foram levados e repartidos entre os criminosos.

Segundo os relatos da época, um dos homens que estava no Corcel II azul, chamado “Sidney Negão” foi a uma fazenda dias depois do roubo com dois “guarda-costas” e uma criança para pedir mais dinheiro pela participação no crime. Além de outros membros da quadrilha, Francisco estava no local e participou do assassinato de Sidney Negão e das outras três pessoas que o acompanhavam.

O crime é considerado até os dias de hoje o maior do Rio Grande do Norte e um dos maiores do país. A polícia federal chegou a prender o prefeito de Caraúbas da época por indícios de envolvimento com o crime, mas a relação nunca foi provada. Mais recentemente, em 2012, um dos envolvidos, José Vantuil Carneiro, chegou a afirmar que o dinheiro foi roubado para financiar a campanha de um candidato.

 

 

 



Em matéria publicada na TRIBUNA DO NORTE em dezembro de 2012 alguns detalhes foram revelados sobre o maior assalto ocorrido no Estado. O assalto aconteceu em maio de 1982, na pré-campanha eleitoral para prefeito, vereador, deputado estadual e federal, senador e, pela primeira vez desde o AI-5, para governador.

O assalto ocorreu entre as cidades de Caraúbas e Olho D’Água dos Borges, na região Oeste. O dinheiro, 94 milhões de cruzeiros destinados ao pagamento dos trabalhadores da emergência, era levado um veículo modelo Brasília. Estava em dois malotes. O grupo de assaltantes estava num Opala que estaria ocupado por Vanzinho, Branquinho, Sidney e Maurício Carneiro.

Alguns detalhes desse assalto foram revelados em livro escrito por José Viana Ramalho, Dudé, que passou 20 meses preso, acusado de participação no roubo. Outros detalhes vieram a público em 2012, contados por um dos protagonistas do assalto: o agropecuarista na época, José Vantuil Carneiro, o Vanzinho, condenado por este e outros crimes a 142 anos de prisão, mas que estava livre, após cumprir a pena.

“A ideia era pegar 600 milhões de cruzeiros, direto do avião, mas houve um acidente de trânsito que impediu a ação no aeroporto [de Mossoró]”, falou Vanzinho à época, ao Jornal de Fato, de Mossoró.

Ele confirmou que o dinheiro foi roubado para financiar a campanha de Zimar Fernandes, candidato a prefeito de Caraúbas, e não para capitalizar o grupo ou para compra de armas, como eram considerados comuns nesse tipo de crime.

“Nós enterramos um saco do dinheiro no curral. Algum tempo depois cheguei na fazenda (Timbaúba, em Caraúbas) para pegar o restante do dinheiro. Eu era foragido da polícia, cheguei na propriedade, que estava fechada, e encontrei o saco de dinheiro dentro do curral. Estavam lá 54 milhões [de cruzeiros, a moeda da época]”, contou Vanzinho.

Nesta entrevista Vanzinho teria  inocentado Doutor Carneiro – considerado na época o “líder da quadrilha”, de qualquer participação no assalto.

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