Em 7 de novembro de 2007, o MPF encaminhou representação à Polícia Federal para apurar “graves irregularidades na Prefeitura Municipal de Canoas”, entre elas “fraudes em licitações e recebimento de propinas por agentes públicos para favorecimento de empresas que fornecem bens ou serviços ao Município”. Esse início de investigação revelaria o envolvimento de inúmeros agentes públicos ou particulares naquela que viria a ser conhecida como Operação Solidária.

O caso passou pela PRR4 nesse princípio, quando suspeitou-se que o prefeito e o secretário de educação na época fraudaram a licitação referente às merendas das escolas públicas e desviaram verbas provenientes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) – uma denúncia contra ambos e contra empresários envolvidos foi oferecida ao TRF4 em 24 de junho de 2008. Porém, no mês seguinte, os autos foram remetidos ao Supremo Tribunal Federal em razão do envolvimento de deputados federais nos crimes até então investigados.

Depois, o caso acabou desmembrado em uma série de processos que desdobraram-se nas esferas estadual e penal, em diferentes instâncias da Justiça (crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, irregularidades em obras, fraudes em outras licitações e até a suspeita de servidores fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul).

Em 2016, o TRF4 confirmou a condenação de dez pessoas envolvidas no esquema.