A Justiça Federal em Florianópolis promove segunda-feira (20/11/2017), em celebração ao Dia da Consciência Negra, a exibição do filme Menino 23 – Infâncias perdidas no Brasil, documentário de Belisário Franca, baseado na tese de doutorado do professor Sidney Aguilar Filho “Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)”.

 
A programação, aberta ao público e com entrada gratuita, inicia às 13h30, no auditório da sede da instituição, e inclui debate com a participação dos professores Sidney Aguilar Filho e Luciano Góes, sobre o tema o tema Racismo e Antirracismo na Sociedade Brasileira e na Justiça Federal. A atividade tem coordenação da diretora do Foro da Justiça Federal em Santa Catarina, juíza federal Claudia Maria Dadico.

Divulgação documentário

Foto: Divulgação 

Sinopse

“Em 1998, o historiador Sydney Aguilar ensinava sobre nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou que havia centenas de tijolos na fazenda de sua família estampados com a suástica, o símbolo nazista. Esta informação despertou a curiosidade de Sidney e desencadeou sua pesquisa. Pouco a pouco, o filme mostra como o historiador avançou com a sua investigação, revelando que, além de fatos, ele também descobriu vítimas. Sidney mostrou que empresários ligados ao pensamento eugenista (integralistas e nazistas) removeram 50 meninos órfãos do Rio de Janeiro para Campina do Monte Alegre/SP para dez anos de escravidão e isolamento na Fazenda Santa Albertina de Osvaldo Rocha Miranda. O trabalho de Sidney vai reconstituir laços estreitos entre as elites brasileiras e crenças nazistas, refletidos em um projeto eugênico implementado no Brasil. Aloísio Silva, um dos sobreviventes, lembra a terrível experiência que escravizou os meninos ao ponto de privá-los do uso de seus nomes, transformando-o no “23”. Sidney e outros historiadores e especialistas irão delinear os contextos históricos, políticos e sociais do Brasil durante os anos 20 e 30, explicando como um caldeirão étnico como o Brasil absorveu e aceitou as teorias de eugenia e pureza racial, a ponto de incluí-los em sua Constituição de 1934. A investigação culmina com a descoberta de Argemiro, outro sobrevivente do projeto nazista da Cruzeiro do Sul. Sua trajetória reforça ainda mais como os conceitos de “supremacia branca” e as tentativas de “branqueamento da população” marcaram nossa sociedade deixando sequelas devastadoras até os dias de hoje. Sendo o racismo e – mais ainda – a negação do mesmo, as mais permanentes.” Fonte: (http://www.menino23.com.br/menino-23/).

Debatedores

Sidney Aguillar Filho: possui Bacharelado em História pela Universidade de São Paulo (1991), Licenciatura em História pela Universidade de São Paulo (1992), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2002), Doutorado em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2011). Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2012 da área de Educação. Prêmio Fundação Carlos Chagas / Fundação Conrado Wessel - 2012 pela contribuição à Educação brasileira. Possui Pós-Doutoramento em História da Educação pela Universidade Estadual Paulista (2016); é Professor e Historiador.

Luciano Góes: Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2015) e graduado em Direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL (2012). Professor do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina e coordenador do núcleo jurídico do projeto de extensão Vicente do Espírito Santo - S.O.S Racismo, e Professor de Direitos Humanos e Direito Penal do curso Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Penal e Processual Penal, do Centro Universitário Católica de Santa Catarina. Vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial, Subseção de São José/SC, da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Santa Catarina (OAB/SC) e secretário da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Santa Catarina (OAB/SC). Pesquisador/membro do projeto de Pesquisa e Extensão Universidade Sem Muros (UFSC), no qual foi coordenador operacional em 2013, exercendo suas funções no interior do Presídio Feminino de Florianópolis/SC, do Grupo de Pesquisa Brasilidade Criminológica, ambos coordenados pela Prof.ª Dr.ª Vera Regina Pereira de Andrade (UFSC/CNPq), e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina (NEAB - Estácio). Advogado Criminal.

Serviço

Exibição do documentário Menino 23 e debate sobre Racismo e Antirracismo na Sociedade Brasileira e na Justiça Federal

Dia 20/11/2017, às 13h30

Sede da Justiça Federal em Santa Catarina, em Florianópolis, Avenida Beira-Mar Norte, entre a Polícia Federal e a OAB

Entrada gratuita