A Operação Esfinge foi deflagrada em 2006 e a propositura das ações relativas a ela foi dividida em três fases. Na primeira delas, o advogado Beline José Salles Ramos e o empresário Francisco José Gonçalves Pereira, o Xyko Pneus, além de outras duas pessoas foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência.

A empresa fictícia Nova Global tinha em quadro societário formado por laranjas, mas na verdade tinha Beline como proprietário. Tinha falsa sede no Mato Grosso para usufruir de benefícios fiscais concedidos naquele Estado. O capital social da Nova Global também era falso e, foi inflacionado a partir da incorporação no patrimônio da empresa, de fazendas superavaliadas. O capital social elevado permitiu que a Nova Global obtivesse o registro da empresa importadora - e ela passou a ser utilizada como anteparo para empresas proibidas de operar no comércio exterior, ocultando os verdadeiros importadores.

A segunda fase resultou na ação penal que tratou especificamente do envolvimento da Nova Global num milionário esquema de sonegação fiscal. Beline e Xyko Pneus, além de outras oito pessoas, foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, descaminho, contrabando, advocacia administrativa, facilitação ao descaminho e corrupção ativa e passiva.

Já a terceira fase trata de fraudes e falsificações em escrituras de terras na Bahia. O patrimônio forjado por meio desse esquema pela organização comandada por Beline serviu de lastro para a criação da Nova Global. Nesse caso, Beline responde pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica e a denúncia contra o advogado envolve ainda outras 10 pessoas. Também foram ajuizadas outras 23 denúncias contra 23 réus que atuaram como laranjas de Beline.