Em novembro de 2002, a Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo, na época representada pelos procuradores da República Alexandre Espinosa Bravo Barbosa e Henrique Herkenhoff, conseguiu a cassação do registro de candidatura do então presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, José Carlos Gratz, por abuso de poder político na campanha. Figura emblemática, na época acusado de chefiar o crime organizado no Estado, Gratz havia sido reeleito para seu quarto mandato (2003-2006), mas não chegou a ser diplomado.

Os procuradores conseguiram provas com depoimentos de eleitores, fotografias e vídeos que Gratz se valeu de obras e recursos públicos para se promover eleitoralmente e manipular a vontade dos eleitores. Ele tentou fazer crer que era o responsável pelo asfaltamento de ruas na Grande Cobilândia, no município de Vila Velha, na Grande Vitória.

O julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE/ES) foi acompanhado pelo então secretário Nacional de Justiça, Antônio Rodrigues Feitosa, que considerou a decisão um ‘marco histórico” no combate ao crime organizado no Estado. A cassação foi confirmada, por unanimidade, pelo Tribunal Superior Eleitoral em junho de 2003.